sábado, 14 de junho de 2014

urbe XXXIX




ainda há tempo para um sorriso quente 
antes que caia a linha flexível do horizonte 
não quero pontuar é certo o ponto final 
e podemos pressentir a sua chegada 
nas molduras vazias que se passeiam 
e nos intervalos da respiração tensa 
dos espelhos sem os reflexos da tarde 
no mundo côncavo que habita o peito 
com a hesitação da cidade que adormece 
com o pulsar de um coração despido 
ainda há tempo para o aceno do adeus 
antes da chegada das sombras da noite 
que se aproximam lentamente das janelas 
depois não sei talvez a brisa leve as cinzas 
que nem os ventos conseguiram levantar 




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