tudo em mim se move na mais pura morosidade e alinho
o céu cheio de cidade e premência também não promete
respira a cidade na verve de um hiato de cintilação febril
e eu a mil menos um porque o tempo é de apuro e retiro
guardo-me em anotações apinhadas de cidade e eventos
sem cronologia predefinida ou periferia displicente e oca
não importa se foi a cidade que se esqueceu de acordar
não importa se foi a cidade que se esqueceu de acordar
ou se fui eu que me esqueci de dormir nessa tempestade
esses segundos de esperança resgatada e recta são livres
mesmo que em duas ou três linhas obsoletas de silêncio
que poderia ler e dar entre a multidão traída e alucinada
revestida por rectas pontuações descartáveis e repostas
onde por todas as formas lhes desenho sorrisos práticos
não importa se já partiste ou se somente me fui diluindo
se me esqueci de partir ou voltei sem me esquecer de ti
esses monumentos de vivas memórias superam a cidade
ultrapassam as velhas combinações binárias e arbitrárias
e afagam a insistência doce e a existência sem promessa
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