domingo, 1 de junho de 2014

urbe XXVI




tudo em mim se move na mais pura morosidade e alinho 
o céu cheio de cidade e premência também não promete 
respira a cidade na verve de um hiato de cintilação febril 
e eu a mil menos um porque o tempo é de apuro e retiro 
guardo-me em anotações apinhadas de cidade e eventos 
sem cronologia predefinida ou periferia displicente e oca
não importa se foi a cidade que se esqueceu de acordar 
ou se fui eu que me esqueci de dormir nessa tempestade 
esses segundos de esperança resgatada e recta são livres 
mesmo que em duas ou três linhas obsoletas de silêncio 
que poderia ler e dar entre a multidão traída e alucinada 
revestida por rectas pontuações descartáveis e repostas 
onde por todas as formas lhes desenho sorrisos práticos 
não importa se já partiste ou se somente me fui diluindo 
se me esqueci de partir ou voltei sem me esquecer de ti 
esses monumentos de vivas memórias superam a cidade 
ultrapassam as velhas combinações binárias e arbitrárias 
e afagam a insistência doce e a existência sem promessa 



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