é difícil despir a própria pele
a cidade na franqueza dos sentidos
a individualidade da imagem nua
caídos na realidade do tempo
deitado no espelho trémulo da ria
à mesma hora do ocaso iminente
próximo da hora de ponta das gaivotas
que voam rente aos sinais de chuva
no dia que
vale pelos ovos moles
que há-de ganhar
a noite à noite
enquanto as sombras se adivinham
na infra-estrutura de uma velha história
onde os sorrisos nascem devagar
mas onde perduram mais tempo
alimentados pela música da memória
após memória num processo casual
o poema traduz bem o dia sombrio sobre a cidade que a imagem tão bem captou....
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