segunda-feira, 2 de junho de 2014

urbe XXVII




são os nomes que deslocam os espelhos 
que podem fazer sentir os afectos populares 
daqueles que atravessam continentes e mares 
no dorso das gaivotas que vem pedir conselhos 
aos santos que murmuram nos altares 
e às estátuas estropiadas de seres desamparados 
paira sobre as palmeiras uma imagem de alegria 
ouve-se a promessa de ventos enraizados 
há pelo menos uma saudade no sal da ria 
que aveiro canta sem considerar a cronologia 
obedecendo à paz dos odores encantados 
e saí dos minúsculos canais para as minúsculas ruas 
onde simplesmente repousam as luas 
que conseguem fazer desaparecer o tempo 



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