terça-feira, 17 de junho de 2014

urbe XLII




fechei o tempo na palma da mão enquanto 
esperava pelo verde do semáforo do outro 
lado da rua e mantive-o ali para o proteger 
do ruído e do vento que vinha livre pela via 
que não voltaria a percorrer no murmúrio 
túmido e húmido do fim da tarde quebrada 
na ficção de um sentimento de protecção 
ainda vinhas junto a mim sorridente nessa 
presença habitual e firme de abraço perdido 
apenas a ocasião estava no gesto mais terno 
dos meus dedos no completo vazio que tudo 
ocupa e a confeitaria fechada e em renovação 



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