segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

aguardo, enquanto me esboço e a luz me decalca sem ver





mas devo ser eu que emito cores e temperaturas confusas
assim como gostos e odores despropositados e herméticos
que entendo e vejo como descomplicados e descodificados
profusamente ilustrados sob várias configurações e emoções

pois não aparentas entender este aperto de chão e de céu
que me traga a solidão onde gero, que me recria e sustenta
e a amalgamas com a solidão de quem se separa e aliena
num espaço e tempo integralmente equivalentes e difusos

não são só palavras, ou propósitos, ou circunstâncias
as portas sempre fechadas nos espelhos intervertidos
talvez devesse parar de escrever, mesmo que no ar

e deixar de falar de coisas de relógios e de âmagos
há muito tempo que não me abandono, com medo
de regressar e não encontrar o meu corpo desocupado




4 comentários:

  1. Uma mistura de cores odores temperaturas circunstâncias abandonos e sobretudo de emoções e eis aqui o efeito que queres dar ao coração de quem lê; empolgante único e eficaz,
    preenche e inspira.
    _ a palavra com seu poder mágico de aproximar
    bela foto _ obrigada e Parabéns.
    fica o abraço

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  2. achei a foto muito inovadora.
    o poema como sempre, muito bom com todos os ingredientes necessários.
    deixar de escrever?! Nunca!
    liberta todo esse talento em forma de cores e sabores que só os Poetas entendem.
    boa semana.
    beijo

    :)

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  3. Que fotografía impresionante y que hermoso texto, invade el alma con mil sensaciones!
    Espectacular post!
    Te deseo un excelente noche Henrique, besos!!

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