quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

apelo ao mar





deixa-me ficar um pouco mais nesta costa
sem tentar perceber a antipatia do mundo
sem tentar compreender a política insensível
alheado das estreitas fronteiras do espaço
absorto dos comprimidos limites do tempo
ausente dos esmagados confins das dimensões
impregnado de sentimentos e tumultos
promovidos pela consciência da miséria e da fome
pelos gritos produzidos na arbitrariedade e no despotismo
onde as palavras do meu universo são uma perda de tempo
um dispêndio inconsequente e inútil de energia
o relógio marcou o amor para qualquer dia




5 comentários:

  1. Entendo essa sensação de impotência, mas os teus versos, e de outros, já me ajudaram a salvar vários dias! E este poema, talvez de um momento de desconforto ou indignação, tem belas imagens poéticas e trás uma mensagem da esperança que pode surgir numa pequena pausa.
    Obrigada! Bom fim de semana!
    Bjks

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  2. Por vezes por mais que se tente não se encontra a rota rumo á felicidade, talvez seja o tempo o único conselheiro,bjs

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  3. "onde as palavras do meu universo são uma perda de tempo"
    Não são. Gosto da forma como elas são lançadas na "antipatia do mundo".

    Abraço

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