segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

anda, toma as minhas mãos frias que teimam escrever





[hoje] eu não quero escrever palavras de amanhã
e as palavras de hoje são tão iguais às de ontem…
palavras que não carecem de representação
e de quem se conhece o sentido e o sentimento;
que parecem chegar em círculos ou elipses,
como os desenhos que faço com os dedos na tua pele.
sempre os mesmos termos despidos…
vocábulos que alinho de forma idêntica
e que dançam, brincam e aparentam cantar.

talvez deva parar e ficar num abraço,
num daqueles abraços intermináveis e lentos
que não necessitam de histórias nem de palavras;
num daqueles abraços afectuosos e vigorosos,
que abraçam o passado, o presente e o futuro
e nos deixam, ali e além, protegidos e satisfeitos,
como se fossemos a coisa mais preciosa do mundo;
num daqueles abraços que principiam com o corpo trémulo
e se arrastam até que ele se aquiete encantado;
num daqueles abraços sem senhas, sinais ou olhares;
num daqueles abraços sem condições implícitas ou explícitas,
que confortam o corpo, a mente, o âmago…
e o que considero que possa ser a alma;
num daqueles abraços que as palavras não conseguem dar,
talvez, só imitar… 




3 comentários:

  1. Hay abrazos no requieren de palabras Henrique, simplemente poner el alma y el corazón... "En un abrazo completo".
    Bellísimas letras y fotografía.
    te deseo un buen comienzo de semana, besos!

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  2. Ficar dentro de um abraço deste Henrique é totalmente desejável ,
    lindo lindo
    parabéns também pela foto expressiva com uma única janela acesa ,num abraço iluminado.
    mando alguns para o seu coração

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