quando nos consciencializámos
da relatividade
e da subjectividade
global, ficámos com as palavras
vergadas, as pálpebras
incrédulas, o intelecto irreflectido,
o olhar caiado e a
audição descrente, num primeiro instante
em que estremeceu o
corpo, e as sombras se riram de nós,
sem fios ou linhas,
entre um parêntesis e um aparente frio
sentido. creio que
começou a chover e era noite. mas, eu
já não sei há
quantos abismos é que me aconteceu.
ao fundo, no fundo do leito do cais fundeado, cala fundo
uma esperança profunda e avelada, que já não é de ninguém.
fala com a ria, e a ria que não se cala, empertigada
com as suas apreensões, procura vagamente outra
esperança.
enquanto tu e o teu sonho se lêem reciprocamente
e associam tantos factos que se desconhecem mutuamente.
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