terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

sem distorcer o rumor da lua




creio que a tempestade de fora se juntou
à tempestade de dentro e ao inverno da alma
e levou qualquer coisa mais do que folhas soltas
alterou toda a geometria dos espaços e conexões

transformou a convicção do tempo comum
e intensificou lentamente a luz envolvente
sobre o lugar que já foi da sombra e sobre nós
sobre a geografia que adquiriu novos intervalos

fiquei à janela de um espaço em branco
com se fosse um pedaço de papel
que aguarda os calculados esboços de tinta

ainda ouço a minha voz nos ecos do vento
e o ribombar do coração que se sobrepõe
ao burburinho da ria e da cidade ferida




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