sábado, 6 de fevereiro de 2016

insuficiência


aveiro | portugal


nas perspectivas ténues da conjuntura, sem medir 
o nosso tamanho, poderemos ir além dos cabeçalhos. 
alegro-me com a inacessibilidade evidente do futuro. 
não sei se te poderia habitar silenciosamente. 

gradualmente, apagas-me os traços da solidão, quando 
te abro na imaginação que se alimenta do instinto. 
prefiro povoar-me de ternura e reiniciar-nos todos os dias, 
entre gemidos inclinados, na sucessão das luas e do chão. 

esta minha aspiração egoísta de te ter ao meu lado, 
é o desejo piedoso que sinto mais por mim do que por ti 
e, simultaneamente, o querer-te mais do que a mim. 

incrível e essencialmente seguros, mais rápidos do que a luz, 
são os sonhos que conduzem a cama por entre os espectros 
nas noites frias de fevereiro, onde não volto a cada pergunta. 



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1 comentário:

  1. Insuficientes... imprecisos... e tão concretos assim são os sonhos... e contudo sem eles, nunca seríamos tão completos....
    Pois mais um poema de que gostei muito... tal como a imagem...
    A ria proporciona imagens lindas e coloridas... e super interessantes quando convertidas para P/B...
    Bjs
    Ana

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