segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

único




estender a mão e agarrar o tempo,
enquanto se inala demoradamente,
na epifania de um suspiro profundo:
a inocência de habitar o abraço
de braços que temos por prodigiosos.

poderia fundir-nos um único abraço
e levar-nos para bem longe
do derrocar das ondas acasteladas
e da aragem que mordisca o rosto,
em vez de ficarmos, como castelos
de areia, na praia onde se faz tarde.

na linguagem de um único abraço
único, cresce-se por dentro, num
outro sentido. há uma compressão
agradável, convergente, que ocupa
o espaço onde a solidão se intromete.


 [palavras relacionadas]


1 comentário:

  1. Gostei deste poema, em jeito de abraço por dentro... e a imagem está espectacular!
    Gostei destes contrastes bem fortes e definidos!
    Mais um post excelente... resultante desta agradável junção de imagem e palavras...
    Bjs
    Ana

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