aveiro | portugal |
germino, suspenso. a ria, apesar das cores
impenetráveis e da sua espessura líquida,
aparenta não ter deixado nada por dizer.
não sei se gostaríamos de ficar por aqui,
assim como eu tanto gosto de estar,
a ouvir os burburinhos densos da água
e, nas suas breves pausas, adivinhar os sons
do rocio a despedir-se do crepúsculo.
ao fundo, um coro de suspiros e gemidos
de palavras, que continuam a reflectir,
mesmo quando as sombras conquistam
o espaço e tomam o pulso ao poema,
é quando arrefece e todos os sentidos
se continuam a despir para as evidências
que os olhos já não conseguem alcançar.
não sei se gostaríamos de ficar por aqui.
[palavras relacionadas]
Eu gosto de estar por aqui. :)
ResponderEliminarMais um poema excepcional, do qual quero destacar:
«[...]
é quando arrefece e todos os sentidos
se continuam a despir para as evidências
que os olhos já não conseguem alcançar.
[...]»
É belíssimo!
Bjks