na definida indecisão da tua boca,
no silencioso movimento do teus
lábios, relembro a urgência incauta.
duas feridas que se aproximavam.
como a meia-noite: o fim e o início.
mostrei-te a minha timidez e vi a tua.
tocámos as nossas timidezes, receosamente.
lentamente. curtamente. timidamente.
tanto quanto a proximidade nos permitia
e a distância nos impunha.
pintámo-nos incompletos, por inacabados.
nunca foi e não é tarde onde se fez tão tarde.
hoje, o nosso rosto difere dessas pinturas,
onde já se via o sorriso que nos apazigua.
[palavras relacionadas]
Gosto imenso do poema... mas não sei se deverá ser entendido como um misto de presente e passado... ou presente e futuro... talvez uma memória do passado que se faz presente... ou uma presença, que se deseja transportar para um futuro... e daí uma pintura ainda por acabar...
ResponderEliminarGosto desta indefinição, meio dúbia, que permite diversas interpretações... ao sabor da imaginação...
E gosto imenso da foto... que se adapta muito bem a uma sucessão de tempo... do presente para o passado... para trás... como uma boa recordação...
Bjs
Ana