terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Equilíbrio transitório


Acena, como um pierrô decrépito,
Para a inconsistência da vida,
Que passa no passeio em frente,
E esta retribui com um esgar estrépito.
Assevero que se me abriu uma ferida.
Passa a palavra e segue rente.

Não vi poesia, nem rimas.
Vi a aversão, envaidecida,
Montada em socas de prosas;
Engrandecida por enzimas,
Uma massa ácida, dita cinzenta, embevecida;
Rodeada por ladainhas dengosas.

Era um simples cumprimento,
Transcorrido enquanto canta o cuco,
Escondido na ramagem dos pinheiros,
Demasiadamente longe do discernimento,
E durante a queda de um citrino sem suco.
Entrementes, rodeiam os herdeiros.

O traje, a trejeito, de umas falas mansas,
Ganhou o lugar do discurso bravio.
Se não se renovar, meu mundo, o amor não é eterno!
De igual modo, o ódio pode ser extinto em lembranças,
Amenas, se despir o fato, facto, apertado e esguio
Do rigor imposto, acatado e alterno.

Segue, imita e cursa, numa fantástica pirueta,
Com uma decidida opinião marafona e interpolada.
O arlequim hipotético continua com o olhar tocante,
Mas deixa de lado, e esquece, o som da trombeta.
Não sabe de onde vem a genuína gargalhada,
Sabe frui-la como parte sua e imperante.


3 comentários:

  1. Em tom de brincadeira:

    -Deixai-a ir senhor!

    Agora a sério, estranha-se a atitude, mas depois entranha-se.

    És mais que isso, não deixes que tão pouco te tire o sono.

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  2. Mais do que fazer-me sorrir, fizeste-me rir com a brincadeira.
    Um beijo e um abraço enormes!

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