sábado, 10 de dezembro de 2011

Geração homógrafa


As crianças chamam-lhe «Bruxa»
E os adultos que, embora com desejo,
Não a possuem, também.
Finge não ouvir e do xaile puxa.
Por vezes, afirmam ouvir-lhe um bocejo,
Mas eu vejo que a fada não se detém.

Para não se enganar, sem rosto,
Lança o xaile sobre os ombros,
Como se fosse uma rede.
Rede onde se esconde e ao desgosto;
Onde se resguarda dos assombros;
Onde se afaga sem sede;
Onde, por fim, se aprisiona,
Achando-se a salvo,
Mas um continuo alvo,
Do mundo que desmorona.

4 comentários:

  1. Espectacular!!! A minha sincera admiração e agradecimento. Maravilhoso mesmo. Tu acaricias as palavras e elas veneram-te e curvam-se perante ti. Obrigado e também pela visita que me fizeste hoje estive quase toda a tarde fora e não consegui ainda coordenar o meu tempo. depois ontem aconteceu-me uma desgraça. Tentei importar os dois blogs para aqui mas além de não conseguir o Sapo ou sei lá apagou-mos. Sorte a minha que fiz uma upload dos ficheiros primeiro ou tinha ficado sem blogs... Estive até às 3 da manhã a arranjar tudo e ainda me faltam pormenores... Enfim eu e as minhas desorientações. uma beijoca muito doce e um abraço apertado. Obrigada por tudo. Bfsemana!

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  2. Por vezes as redes protegem... mais que não seja psicologicamente.

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