aveiro | portugal |
acometido pela angústia das palavras
no engano da linguagem, que é o desengano
servido pela sua inexactidão universal,
via a cidade a crescer como uma possibilidade,
mais do que um sinal nos meus mapas.
acreditava que, a partir do descampado
onde nos pudéssemos abraçar para acender
os afectos, poderíamos dar as mãos a outros,
e o mundo sairia dos silêncios comprometedores,
rumo a uma emancipação responsável, mais
do que uma circunstancial reverência dominical.
eu creio que não andava longe da realidade,
mas os monstros também crescem em prodígios
e sombras. esperança: ainda não caíram os braços.
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