a tarde pareceu perpétua,
num dia imortal. mas não,
o oportuno nascer da noite
não amansou a ideia do temporal.
sintetizou a imprudência latente
da cidade imaterial, precipitada
sobre um fevereiro incomum.
imagino que tenhamos perdido
a compreensão não verbal,
o entendimento amplo, múltiplo.
reconheço a própria fragilidade
do momento, na exclamação
duma antiga e extensa certeza:
identifico a audácia dos termos,
dos caracteres, dos símbolos,
e a sua insuficiência científica,
com a urgência de ser urgente,
na ânsia de sentir totalmente,
de abranger completamente.
como explicar o amor eminente
inato vivaz iminente de um acto
que é sensação, sentido e razão,
se, ainda assim, falta qualquer coisa?
[palavras relacionadas]
Mas sempre faltará...
ResponderEliminarPalavras que denunciam a insuficiência das palavras e o seu difícil acesso, que é o que eu sinto, também. Muito bonito.
ResponderEliminarBjks
A insuficiência das palavras... para mostrar o que se sente...
ResponderEliminarTalvez por isso, o mar, nada diga à praia... apenas a abraça... vezes sem fim...
Poema e imagem... super bem conjugados!
Belíssimo post, como sempre!...
Beijos
Ana