aveiro | portugal |
a volubilidade de março, que é uma página
por abrir, a povoar as pálpebras da cidade:
aveiro absoluto nas nervuras da ria, onde
se exercitam palavras musculadas, verdes,
sob janelas que vêem o seu silêncio aquoso.
mimei o gato de terracota, imóvel, no telhado
sobranceiro, onde se respira a fome palpável
entre este gato destemido e aquela lua difusa.
mas, por maldade, ou fatalidade dos meus olhos,
pode não ser bem assim, quando incidir a luz
de uma lua nova mais descomprometida.
obedeço-me. dissolvo o teu nome na língua,
na condição de acordado, para soerguer
as mesmas palavras gastas de sonhos trocados
de todas as noites que se confundem nas estrelas.
[palavras relacionadas]
Pois cá estou eu... só agora deu afinal, para passar por aqui...
ResponderEliminarA imagem... está uma maravilha! Com a ria inspirando beleza e serenidade... que certamente inspiraram as palavras... evocando a cidade, e a paixão pela mesma...
Gostei imenso!... Noites assim... como a da foto... proporcionam-se mesmo, a que se troque os sonhos... pelo permanecer acordado, apreciando a essência da cidade...
Beijos! Bom fim de semana!
Ana