quarta-feira, 16 de março de 2016

abrir lentamente


aveiro | portugal


regresso do filme a preto e branco do dia 
para a noite, no meu diário tatuado de azul. 
abro-o com cuidado, como se, por um gesto 
insensato, as palavras se pudessem assustar, 
magoar, deformar, fugir, perder o sentido… 
ou outra qualquer possível contrariedade; 
ou com receio de não as encontrar por ali; 
ou de encontrar outras, que não as minhas. 
nem sempre é assim, mas é, muitas vezes, 
desta forma, com esta habilidade e calma, 
que surpreendo o amor a falar sozinho. 


 [palavras relacionadas]


1 comentário:

  1. De alguma forma, os poetas sempre encontram as palavras certas... que nunca os deixam a falar sozinhos...
    Amar é único... mas nunca é uno... é algo mais abrangente... para lá de nós mesmos...
    Tal como o amor à poesia...
    Quem escreve por, e com amor, nunca está verdadeiramente só...
    Bjs
    Ana

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