quarta-feira, 2 de março de 2016

da concha


são martinho do porto | alcobaça | portugal


há dias que são um pouco mais do que uma alegre 
evidência; qualquer coisa não intrusiva no meio 
da paisagem; mais do que um relógio do destino. 

estamos, quase sempre, tão fatalmente perto 
de entender as linhas imaginárias que cruzam 
as nossas vidas, num ritmo mecânico e sincopado, 
e que, pontualmente, trazem histórias de omissão. 

talvez a consciência da beleza seja uma ficção 
que nos afaga as entranhas e a invenção dos sentidos. 
mas a concha de são martinho estava mesmo ali, 
a imaginar o golfo antigo, à luz oblíqua do momento. 
adivinha-se o amanhã nas linhas curvas do horizonte. 


 [palavras relacionadas]


5 comentários:

  1. Mais um post para nos fazer aconchegar os sentidos... nas tuas palavras e imagem...
    Ambos fantásticos... poema e foto... e a imagem com uma panorâmica, incrível!
    Hoje dei seguimento, por lá no meu canto, à corrente, referente à atribuição da tua distinção do Prémio Dardos, que uma vez mais agradeço imenso, Henrique!
    Hoje, tenho o meu tempo um pouco limitado, pelo que virei amanhã com mais disponibilidade, apreciar e comentar, as novidades por aqui, destes últimos dias!...
    Beijos! Tudo de bom!
    Ana

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  2. Um belo poema muito bem ilustrado.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.
    http://andarilharar.blogspot.pt/

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  3. A foto faz justiça à beleza do local e o poema tem tanto para dar.
    :)
    Bjks

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  4. A apologia do belo muito bem escrita e fotografada.

    Beijinhos, Henrique :)

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