quinta-feira, 21 de abril de 2016

alguém há-de chegar


aveiro | portugal


alguém há-de chegar com conjecturas, 
encontrar-me em mil e uma caras de lua, 
enquanto a lua omite as águas-furtadas 
e o tempo me diz que enlouqueceu. 
com o tempo, olho em volta e não 
me encontro. amalgamo os sentimentos, 
os verbos e os tempos verbais, os raciocínios, 
as pessoas gramaticais, o som e o silêncio. 
ocasionalmente, eu rimo, rio, falo e emudeço 
para dentro, por dentro, e sobrevoo o meu 
cansaço, à procura do amplexo simples 
que me devolva o desvario de desejar. 


 [palavras relacionadas]


2 comentários:

  1. E cheguei... à conclusão, de que está aqui mais um post, impossível de não gostar...
    Intrincado e intenso, o poema...
    Fascinante e perfeita, a imagem...
    Bjs
    Ana

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