terça-feira, 26 de abril de 2016

cansado sem cansaço


aveiro | portugal


cansado, sem cansaço, sombra estática 
na penumbra flutuante das mesmas palavras. 
eu, que chego pouco; tu, que não prometeste 
chegar; ele, ou ela, que chega mais longe; 
nós, que chegámos a sentir; vós, que chegais 
tão perto; eles e elas, que nem sonham chegar… 

regressar ao que fui no meu diário, 
na evidente condição de corpo estranho, 
e entrar no paço que erigi, no dorso 
de uma terra inventada. como fui louco… 
iminência, eminência, iminência. a um paço 
de ser rei, a um poema para a meia-noite… 
visto o luar, dispo a engrenagem. 


 [palavras relacionadas]


1 comentário:

  1. Um poema que não cansa ler... isso é mais que certo... com uma imagem, em que o dia encoberto, veio emprestar o seu cansaço, para se harmonizar com o texto... que apresenta uma construção brilhante!!!
    Mais um post excepcional!
    Bjs
    Ana

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