quinta-feira, 14 de abril de 2016

amplitude


aveiro | portugal


assim como nunca iremos ver a mesma cidade 
igual em dias diferentes, todos os meus dias 
são dissemelhantes na profusão de horas fugidias 
que se afadigam na procura contínua da agilidade. 

é aqui que o dia se estreita, na mais baixa altitude 
da viagem evidente, para sublinhar o acesso 
às mais pequenas coisas de mais um regresso, 
quem sabe, a uma relevante conquista de quietude. 

espera-me uma noite de amor-próprio. 
espera-me uma cama de casal vazia, 
numa habitação absorta de periferia. 

depois, a imaginação vai preencher o resto. 
a cidade abraça a noite e eu abraço a fantasia, 
para te salvar, montado numa intrépida alegoria. 


 [palavras relacionadas]

2 comentários:

  1. uma intrépida alegoria... será essa a função da poesia... que por vezes, é somente o que nos resgata... de mais um dia, sem qualquer fantasia...
    O que verifico por aqui... é sem dúvida, a amplitude de teu talento, em imagens e palavras!...
    Beijinhos
    Ana

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