aveiro | portugal |
o telemóvel vibra com as mensagens
de pechinchas urgentes e imperdíveis,
que me deveriam fazer vibrar, também.
dividem-se imagens espessas, de azáfama,
dentro dos cafés e das pastelarias. hora
de ponta, pontual, e diligências do apetite.
por outro lado, as sarjetas não param
de albergar novos tormentos. sente-se
o cheiro das nuvens que caem sobre a terra,
sobre o asfalto, sobre as gentes de visita,
sobre o grupo de residentes. todos olham
para o céu e procuram ver para além
dos postigos azuis que não trazem os dias
futuros, enquanto a água, com pressa,
se reúne e comprime nos canais urdidos.
todos os outros cheiros chegam depois.
[palavras relacionadas]
Por vezes dou-me a olhar esses momentos de que falas, a pressa das pessoas, os telemóveis que tocam e não nos dão espaço para pensar,a tristeza dos olhos que passam quase já sem sonhos, mas as aguas acabam por levar a degradação humana ou esperamos sempre que amanhã tudo pode mudar, quem sabe, uma coisa eu sei nunca me vão arrancar a vontade de sonhar. bjs
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