vista sobre a cidade do porto, a partir de v. n. gaia | portugal |
são as palavras a mostrar a língua ao desconhecido.
de que cor hei-de pintar a intenção do mar realizado,
como te descrevo o azul de um céu apaziguado,
o tempo-silêncio, o som-espaço, o vento desiludido?
a estação mudou a janela na invenção do sentido,
emoção que caminha com o relógio, agora, regulado.
não fosse a clara existência do universo enrugado,
dir-se-ia que já não se reavia o rasto do tempo perdido.
não sei se me quero descalçar, ainda mais, na amurada
das palavras de regresso desejado de alma desenvolta.
quem tem a porta aberta pode ficar com a alma trocada.
no elementar do gesto de um abraço há animais à solta
e um lugar, que sabe tão bem, de amabilidade ritualizada,
capaz de serenar a folhagem trémula de uma alma revolta.
[elipse]
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