quarta-feira, 22 de junho de 2016

de mente


vista sobre a cidade do porto, a partir de v. n. gaia | portugal


são as palavras a mostrar a língua ao desconhecido. 
de que cor hei-de pintar a intenção do mar realizado, 
como te descrevo o azul de um céu apaziguado, 
o tempo-silêncio, o som-espaço, o vento desiludido? 

a estação mudou a janela na invenção do sentido, 
emoção que caminha com o relógio, agora, regulado. 
não fosse a clara existência do universo enrugado, 
dir-se-ia que já não se reavia o rasto do tempo perdido. 

não sei se me quero descalçar, ainda mais, na amurada 
das palavras de regresso desejado de alma desenvolta. 
quem tem a porta aberta pode ficar com a alma trocada. 

no elementar do gesto de um abraço há animais à solta 
e um lugar, que sabe tão bem, de amabilidade ritualizada, 
capaz de serenar a folhagem trémula de uma alma revolta. 


 [elipse]


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