mesmo quando somos todos da mesma ilha
e nos encontramos atrás de uma mesma máquina,
deveríamos poder ser o pequeno ponto desigual,
a vírgula que é uma cedilha, a língua que toma
o gosto diferente de uma mesma pedra.
não temos que nos aglutinar num ponto maior,
como um conjunto de pontos padronizados e coléricos,
e, pelo mesmo paladar, bolçar sobre outros, com outro
gosto, a repulsa própria pelo sabor da pedra
que aprendemos a detestar.
a diferença não nos desiguala,
evidencia a nossa fragilidade.
no fundo, nós, seres humanos
somos todos da mesma cor,
do mesmo tempo, do mesmo espaço,
da mesma amalgama de energia e matéria:
a mesma parte bestial de humanidade.
[elipse]
Infelizmente, a humanidade premeia mais vezes a diferença com a rejeição do que com a aceitação... todos deveríamos poder ser sem culpas, o pequeno ponto desigual... se não nos sentimos bem... em terra de iguais... a sermos iguais...
ResponderEliminarE ser-se diferente... jamais será sinónimo de ser melhor ou pior... mas sim de se ser igual a si mesmo...
Um tema que daria pano para mangas... brilhantemente abordado no teu poema!
Beijinhos
Ana