entre a carga e a descarga,
quero, por vezes, desaprender,
desenganar-me de novo,
agarrado a exactidão do instinto;
esquecer que já tudo foi dito.
reaver a companhia dos fantasmas
do futuro que nos descobriam
a razão tão sentimental.
acreditar, de novo, que a fome,
a crueldade, o ódio, a guerra,
qualquer tipo de violência,
doença ou catástrofe, nos comove,
devolve a culpa e mobiliza.
quero aprender coisas novas como:
ser possível confiar em quem chefia;
que ninguém governa rudemente;
que o poder não corrompe;
que um deus é certeza do amor.
sentir que o socialismo não é irónico,
que o senso não empalidece, coagido;
que o socorro, a compreensão,
e a bondade são inatos à vida;
que tudo isto nos pareça maduro
e não cruamente repetitivo.
[elipse]
Estranho mundo este... em que o que é certo, nos parece utopia... e o errado, cada vez é mais visto como certo!...
ResponderEliminarMais um poema admirável! Com um tema espectacular! E um excelente suporte de imagem...
Bjs
Ana