eu não estava certo,
e o relógio também não.
a hora caminhava errática
e tudo se me apaga em volta.
o meu perseverante desencontro
com o tempo, pedia-me para esperar.
e veio a chuva, e veio o sol, e veio a noite.
o tempo, sempre o tempo, a precipitar-se.
contei andorinhas, gaivotas, pombas e pardais.
contei automóveis brancos, vermelhos e pretos;
mangas compridas e as curtas, e não sei que mais.
as sombras foram perdendo o nome e a disciplina,
eu já pensava não chegar e a tanto parti.
[elipse]
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