aveiro | portugal |
faço deste tempo o de brincar
no rossio, junto à ria, agora amuada,
e voo como nunca voei, assim, tão pardo.
sou amigo das gaivotas, derramo azul inofensivo
no céu tão pronto e perto de cair sobre as palmeiras,
os meus pinheiros gratos, debaixo dos últimos raios de
sol
que leva o seu tempo a chegar na última ilusão de
liberdade.
o rossio mantenho meu do meu tempo de brincar. sou o
degrau
a ver passar quem não passa por inteiro até à água do
ancoradouro
e regresso ao voo de onde nunca se regressa o mesmo,
mesmo a tempo
de ter o último olhar que rebola na tua pele utópica à
luz do dia. adormeço
a história que aqui um dia dormiu no meu peito céu azul
risonho e cama amena.
[elipse]