terça-feira, 31 de maio de 2016

com um seixo à cabeça


aveiro | portugal


faço deste tempo o de brincar 
no rossio, junto à ria, agora amuada, 
e voo como nunca voei, assim, tão pardo. 
sou amigo das gaivotas, derramo azul inofensivo 
no céu tão pronto e perto de cair sobre as palmeiras, 
os meus pinheiros gratos, debaixo dos últimos raios de sol 
que leva o seu tempo a chegar na última ilusão de liberdade. 
o rossio mantenho meu do meu tempo de brincar. sou o degrau 
a ver passar quem não passa por inteiro até à água do ancoradouro 
e regresso ao voo de onde nunca se regressa o mesmo, mesmo a tempo 
de ter o último olhar que rebola na tua pele utópica à luz do dia. adormeço 
a história que aqui um dia dormiu no meu peito céu azul risonho e cama amena. 



 [elipse]


2 comentários:

  1. um poema belíssimo cheio de esperança e cor.
    muito bem apresentado.
    uma foto muito bela.
    tudo em sintonia.
    beijo
    :)

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  2. Adorei estes degraus de ti... que nos mostram um céu azul risonho... em imagem e palavras...
    O poema... excepcional!!!!!
    Na penúltima linha... talvez só tivesse acrescentado um E... "E adormeço..." também para acrescentar mais um pouquinho a esse degrau... para manter o alinhamento, em relação aos demais... De qualquer forma... extraordinário, assim mesmo!...
    Beijinhos
    Ana

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