porta de alegrete [do século XIII], portalegre | portugal |
imagino-te a entrar no poema, na parte onde
me consigo resguardar e, que já tem a porta
aberta. já sabes que eu só fecho a porta dessa
parte do poema, onde estou, quando vou dormir,
ou quando não posso estar por ali, acessível.
dás atenção, seguramente, à substância e à arrumação.
sou imaginária e poeticamente abastado e genuína
e materialmente modesto. o asseio sou eu que o faço,
mas não esperes encontrar tudo meticulosamente
arrumado. eu vivo em todo e por todo o poema.
há sempre umas palavras à mão, eventualmente
uma ou outra já usada sobre uma mesa, ou noutro
ponto ou vírgula ou sinal de pontuação, ou sem eles;
e bastantes, e em quase qualquer lugar, disponíveis
para um acto de leitura, sob várias formas e formatos.
sim, eu não estou em tudo, e muito menos, sou o centro
do mundo. imagina-me dentro do poema, que podem
apelidar de pop, enquanto entras. poderás, de surpresa,
encontrar-me em exclamações e interrogações,
num ruidoso silêncio, sobre a sua utilidade e sobre
a utilidade de tudo o que já escrevi ou venha a escrever.
imagino-te a entrar no poema,
a utilidade de tudo o que já escrevi.
[elipse]
Pois entrando, por aqui, sem pedir licença... pois não há porta... e admirando mais um belo momento, de pura inspiração por aqui... em palavras e imagem...
ResponderEliminarO que dizer?... Excepcional, como sempre!... E mais um, na minha lista de preferidos, por aqui...
Beijinhos! Bom fim de semana!
Ana
uma foto que me fascinou e o poema muito bom...
ResponderEliminargosto
:)