terça-feira, 26 de janeiro de 2016

insinuante


praia da barra | ílhavo | aveiro | portugal


(inspira e expira profundamente, uma vez, em silêncio) 

há uma sensação de vaga à flor da pele, 
tão próxima da ficção. tão densa. 

(respira demoradamente, para sentir e intuir o ar) 

a imaginação a ditar telefonemas cordiais, 
no conhecimento poético da tua voz imaginária. 
versos que devolvem o rumor do teu gosto, 
a luz das tuas mãos, o calor dos teus olhos… 

(breve silêncio. respira) 

os redemoinhos de sonhos que fecham os olhos, 
enquanto eu fecho os meus, para despertar os gestos 
profundos e cuidadosos que alimentam a vida, 
expõem o vazio dos lábios, que movo sem produzir 
qualquer som, num gesto primário e de antecipação. 

a noite trouxe os pretextos da saudade. 


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