há sempre uns poemas tortos, com linhas
muito próprias e caprichosas. e aqueles que,
sob pretexto ou forma alguma, não se deixam
alterar ou concluir.
andei a arrumar as gavetas e a lamber as feridas
que se abriam ao abrir os cadernos largados,
há muito, por ali. e também me doe o rosto
por tanto sorrir com a felicidade interrompida,
ou consumada, e que saudosamente pulava
dos papeis avulsos para se hospedar em mim,
de novo. eram, contudo, e apenas, indícios.
pistas que ficaram sós.
os momentos, as circunstâncias e os contextos
materializavam-se. na realidade, e no fundo,
eu fui muito feliz.
mas era chegado o tempo de dar algum futuro
ao papel sofrido, onde mal tocava o passado
e com tão pouco presente.
[palavras relacionadas]
Quando é chegado a hora dessa limpeza que o coraçao aperta... e vamos enrolando mais o tempo...faxina no coraçao nao é facil...
ResponderEliminarTenho que me lembrar de rasgar alguns cadernos...
ResponderEliminarSendo lúdica, enquanto leio, imagino que essa limpeza possa ser sofrida mas libertadora. Muito belo.
ResponderEliminarBjks
É preciso fazer espaço para o que realmente importa, amigo poeta.
ResponderEliminarBoa faxina.
Abraço
Ruthia d'O Berço do Mundo
Também precisa mesmo, de arrumar as gavetas da papelada... onde ficam os pensamentos inacabados... e vou deixando sempre para outro dia...
ResponderEliminarMas por aqui... foi mesmo limpinho! Mais um post, que adorei ler! Em que os teus papeis sofridos, foram resgatados para o futuro...
Bjs
Ana