o poema é, agora, uma pedra
numa nova zona de rebentação,
fragmento de um molhe vazio,
onde a turba de águas despoja a sua fé
e compõe uma melodia cadente,
ao som da qual o vento dança.
e dança com tudo e com todos
os que encontra à sua passagem.
já não sou um estranho ruidoso,
cheio de palavras desconhecidas
e de interrogações abundantes.
o mar aproxima-se e fala de nós,
tão perto que parece abraçar-me,
em gestos disfarçados pela sombra.
todos o vêem, ninguém acredita
e o tempo não o pode contar.
mas gosto de estar aqui, onde não sei
se sou eu que salvo as palavras ou se
serão as palavras a salvar-me.
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Os poetas sempre se salvam, porque conseguiram salvar as palavras... as palavras certas! Das suas certezas ou interrogações... conseguiram transformá-las em verdades iluminadas...
ResponderEliminarMais um post fantástico!!! Imagem de uma turbulência perfeita... conjugada com a terra firme... das tuas palavras!
Adorei!
Bjs
Ana