o fascínio vem sempre no interregno
e é no interregno que vem as recriações.
temo que todos os gestos possuam ardis
mas, reescrever-me-ia em poemas de gestos
intransmissíveis: actos de inclusão.
publicar-me-ia na tua pele, benigno,
indelével, em carícias suaves, ao de leve.
mas também intenso, agradavelmente,
na flagrância das sensações.
abro o ar, no escuro, e avanço.
os meus dedos não te sentem,
distinguem a voluptuosidade da brisa.
a ria encosta-se ao meu ouvido.
alusões líquidas num insondável afago,
dimanação de delírios transparentes.
cresço na espera, prematuramente.
[palavras relacionadas]
Só nos interregnos temos a capacidade de nos incluirmos dentro deles... na restante parte do tempo, muitas vezes, sentimo-nos à margem das circunstâncias... que nos levam com elas... sem pedir licença...
ResponderEliminarUm belíssimo poema, acompanhado de uma imagem fantástica! Gosto deste ângulo, bem arrojado, que nos mostra a ria, de uma forma menos convencional...
Beijos! Boa semana!
Ana