Se não vale a pena chorar,
Então não vale a pena respirar
O ar poluído, contaminado;
O ar mortiço, quente e húmido,
Que me deixa apático e sufocado.
Deambulo pela casa, com a luz apagada,
Errante, como uma alma penada.
Transporto uma cabeça de gigante,
Um aperto verdadeiro, mas não identificado;
Uma angústia real e galopante.
Sorrio, como um louco, no escuro.
Procuro, tacteando com os pés, o degrau seguro,
A escada que me fará descer, mais ainda,
Na viagem até, e fora, de mim.
Encontro-te, saúdo-te: Bem-vinda!
Passo, lentamente, a mão ignorada
Pelo cabelo que não me abandonou a morada,
É macio e olho, sem volta, em vão.
Sinto o arrepio da luz que me enche,
Vejo como quem não procura uma ilusão.
Quero adormecer antes que as palavras se repitam.
Não quero deixar de sentir as forças que acreditam,
Mas estou cansado de lançar esteios,
De fazer pequenos atilhos, de escorar, de segurar.
Coisas que não passam de remedeios.
Hoje não desço mais, talvez mais tarde…
Deixo os “ses” no patamar, sem alarde.
Decoro o que sinto, sem dificuldade,
No conforto da subida que me refresca.
Transbordo do campo e esvazio-me da cidade.
29 de Julho de 2008.
Olá os teus poemas doem-me ultimamente... São tão especiais que cada palavra se torna quase insuportável de beleza e sentimento e depois há a dor que quero esquecer em algumas passagens de outros meus que recordo. Um beijinho.
ResponderEliminarO que escreves toca.
ResponderEliminarAbraço :)
ResponderEliminarNoctívaga:
Agradeço o comentário e a visita. És muito amável.
Beijinhos
2linhas!
ResponderEliminarObrigado!
Espero que esteja tudo bem contigo. Vou verificar…