sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Par de modo


Par de modo

E éramos dois de mãos dadas.
Há o teu olhar terno e provocante,
Há o meu coração carente e amante.
Há vontades renascidas e não provadas.

Depois do tempo, antes das horas cantadas,
Vens de tão longe para tão perto, cativante,
E eu de um fundo para tão alto, radiante,
Antes do outro tempo, depois das horas dançadas.

O teu apertão no meu aperto. Depois.
E foi por mim; foi por ti; foi pelos dois.
Foi um princípio sem fim. Era agora.

Terá de chegar. Por quem sois?
O último formado e o primeiro, para mim, embora.
Independência deverá esperar pela aurora.


5 comentários:



  1. A visita foi uma agradável surpresa.


    O poema tem dois anos, oito meses e dez dias... Passado presente, passado pesado e presente passado.


    ;)

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  2. Olá! Todos os momentos passados se tornam presentes a certa altura e mesmo que os queiramos passado mesmo, acompanham-nos eternamente como tantas vezes uma grata memória, que nos faz escrever sobre eles reavivando-os. Outras um espinho aguçado que enterrado queremos deixá-lo para não fazer mais sangue. Contabilizar os nossos passados com tanta exactidão faz perceber que eles ainda contarão no presente mesmo que os pensemos definitivamente passado. Mas torna-nos mais fortes sem dúvida. Um beijinho grande e bfsemana.

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  3. Verniz Negro:
    Olá!
    Concordo que a memoração ou recordação do passado (quando o, e aquele que, conseguimos lembrar enquanto acontecimentos), naturalmente, ocorre no presente, o que se traduz num “passado presente”. Assim como, também concordo que os factos podem ser sentidos com maior ou menor pesar, com maior ou menor felicidade… Evocando um valor/peso que pode variar com o passar do tempo, pela perda ou ganho de valor/peso e/ou através de novos dados, novas apreciações/avaliações e perdas de pormenor: o “passado pesado”. Contudo, os factos/acontecimentos/histórias do “passado presente”, que é “passado pesado”, para mim, são, sempre, “presente passado”: faz parte da experiência, da aprendizagem; não se pode modificar; depende de nós se queremos avançar ou andar em círculos, numa tentativa de recriação desse passado.
    O soneto consubstancia um passado, um presente e um futuro (a seu tempo), com distâncias temporais e espaciais, mas com a noção de que cada facto/acontecimento tem os seu devido valor, o seu tempo, o seu espaço.
    Um beijinho.

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