sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Chuva mole


Vem juntar-te ao remanso da chuva serena,
Ininterrupta, e à quietude aberta da noite
Negra. Anda, encurta a extensão da nossa inexistência
E persevera o infinito que todos os pontos une.
Observa o corro de noctívagos seres alados indiferentes
Aos intentos dos ambientes de todo o círculo.

Assoma-te dos amenos trejeitos de solos
Encharcados, com sinais de aridez impressos
Em flora sem viço mas tenaz.

Mais do que um desvio, aparece,
Brandos modos crescem no elo da água onde
Repousa o gemido da atmosfera branda.
Contempla os indícios de um afecto ideado
Pelo frio pleno de um inverno que se avizinha
E se faz anunciar no absoluto do nosso seio.

04 de Novembro de 2011

6 comentários:

Obrigado, pelo seu comentário!